25 de fev. de 2010

GAROTO DE RUA


Autor: JOSE AMAURI CLEMENTE

2005

Todos os direitos reservados


Garoto de rua

Não és tão ruim

Nem foi o destino

Que te fez assim

Se é que ele existe

Ou nós que o fazemos

E assim crescemos

Vivendo esta vida

Passando esta lida

Sofrida e ruim.


Os muitos cigarros

Que te oferecem

No vicio maldito

Que muitos perecem

Tu não procurasses

Mais alguém te deu

hoje já morreu

Sem ter lucro em nada

Hô gente malvada!

Que a ti convenceu


Onde está a mãe

Que tu não conheces?

Onde está alguém

Pra te ensinar preces?

Por isso pereces

Sem ser culpa sua

Vivendo na rua

Em busca de pão.

Dormindo no chão

Isso não mereces.


O papel colchão

Tão fino e gelado

O jornal lençol

Às vezes molhado

O frio passado

Tudo isso é dor

Não tens cobertor

Pra te aquentar

Só em reclamar

Tens toda razão

Pois a solução

Ninguém vem te dar.


Se fosses, menino.

Mais valorizado

Se te oferecesse

Muito mais cuidado

Não fosses mostrado

Só como ladrão

Se te dessem o pão

Ensinando trabalho

Não serias falho

Como hoje ver

E ias crescer

Como um forte galho.


Se a renda fosse

Bem distribuída

Não tinhas menino

Essa dura lida

A vida sofrida

Que agora tens

E muitos reféns

Que chegas a fazer

Não iam sofrer

Se vendo em tua mão

Pois terias pão

Pra dar e vender.


Jogo perigoso,

Olhar causa dó

Sempre passa a vida

Esperando o pior

Age sempre só

Menino de rua

Agindo na sua

Uma dor lhe vem

Riqueza não tem

Infeliz será

E se reclamar

Não chega ninguém

Autor:

José Amauri Clemente

Janeiro de 2005

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