AUTOR: JOSÉ AMAURI CLEMENTE
Esse
povo moderno que hoje vejo
Não
conhece o que é felicidade
Os
meninos de hoje tem desejo
Que
não é ideal pra sua idade
Estou
fora dessa realidade
Vejo
isso difícil de aceitar
Pois
na rua não saem pra brincar
Por
que tudo na tela ele aprecia
No
meu tempo os brinquedos que eu fazia
Era
muito melhor que o celular
No
meu tempo se eu quisesse brincar
Os
brinquedos era eu mesmo quem criava
Pois
presente dos pais ninguém ganhava
Nem
que mesmo chegasse a implorar
Um
cavalo eu usava um mangará
Com
espeto e fazia dele as pernas
Com
as unhas fazia uma caverna
Tinha
espaço na terra quente ou fria
No
meu tempo os brinquedos que eu fazia
Era
muito melhor que o celular
Com
garrafa de água sanitária
Com
areia e arame ultrapassado
Já
bastava pra ganhar a diária
E
deixar os vizinhos inconformado
Era
um lepe lepe desgraçado
Que
fazia zoada de lascar
Muitas
vezes eu via reclamar
Meu
avô minha vò e minha tia
No
meu tempo os brinquedos que eu fazia
Era
muito melhor que o celular
Com
uma lata de óleo enferrujada
De
chinelo os pneus eu quem fazia
E
deixava a carreta carregada
De
areia molhada ou terra fria
De
um cordão ou um pau formava a guia
Só
bastava um cassete pra empurrar
Com
borracha eu podia amenizar
Os
sopapos que nos buracos dava
No
meu tempo os brinquedos que eu criava
Era
muito melhor que o celular
Quando
o pouco dinheiro que eu ganhava
Quando
um troco da feira eu recebia
Os
bonecos de plástico que eu comprava
Na
sacola para casa já trazia
Era
aquilo pra mim uma alegria
E
eu passava o tempo sem pensar
Já
chamava os amigos pra brincar
Eu
notava nos olhos alegria
No
meu tempo os brinquedo que eu fazia
Era
muito melhor que o celular
A
querrenga de coco era o meu carro
Da
ladeira eu fazia uma avenida
Arrastado
na lama ou no piçarro
A
carreira era doida desvalida
Mesmo
a morte não era ali sentida
Nem
as quedas que eu chegava levar
Quando
em toco chegava a se arranhar
Me
lavava com álcool ou água fria
No
meu tempo o brinquedo que e fazia
Era
muito melhor que o celular
De
dois quengo de coco eu aprontava
Um
tamanco amarrado no cordão
Quando
os passos na terra fria eu dava
Minhas
marcas ficavam pelo chão
Isso
era pra mim a diversão
Era
o dia sem hora pra parar
No
instante via a noite chegar
Isso
era pra nós uma alegria
No
meu tempo os brinquedos que eu fazia
Era
muito melhor que o celular
Pés
no chão logo no raiar do dia
E
descalço andava pela lama
Quando
isso papai ou mamãe via
Não
gritavam e nem faziam drama
Os
moleques que mais pegavam fama
Eram
aqueles que mais alto subia
Se
escondiam nas galhas ninguém via
Quando
alí tinha fruta descascava
No
meu tempo os brinquedos que eu criava
Era
muito melhor que o celular
Jogar
bola, pinhão, bola de gude
De
peteca saía pra caçar
De
anzol ia sempre alí pescar
Procurar
peixe grande no açude
Com
meu pai mesmo sendo um pouco rude
Me
ensinava a terra cultivar
Pois
dizia que tem que trabalhar
Pois
menino vadio não criava
No
meu tempo os brinquedos que eu criava
Era
muito melhor que o celular
Brincadeira
de polícia bandido
Garrafão,
boto e de roubar bandeira
Cada
dia surgia a brincadeira
De
correr chega tinha os pés “doído”
Não
havia colete protegido
Pois
destreza se tinha pra brincar
Em
cavalo coragem de montar
Dava
salto de estourar a cia
No
meu tempo os brinquedos que eu fazia
Era
muito melhor que o celular
Quem
me dera que esse tempo voltasse
E
criança eu fosse novamente
E
se fosse possível que eu mostrasse
A
essa turma de jovem adolescente
Se
eu vivesse essa vida novamente
E
escolhesse no tempo aqui voltar
Formaria
uma turma pra brincar
E
pra essa galera mostraria
No
tempo os brinquedos que eu fazia
Era
muito melhor que o celular.
Bom demais meu poeta
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