8 de abr. de 2014

QUAL SERÁ O VEREDITO?



AUTOR: JOSÉ AMAURI CLEMENTE

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Uma coisa eu acredito
Desde cedo eu aprendi
Pois assim está escrito
Ouvindo assim eu cresci
Que Deus é justo juiz
Julga o sábio e o aprendiz
Sem distorcer a verdade
Mas faltou ensinamento
Sobre o grande julgamento
Sondando a realidade

Resolvo então perguntar
Em versos escrevo e assino:
Como que Deus vai julgar
Um ladrão ou assassino?
Que na favela nasceu
Na violência cresceu
Só com ensino contrário
Vivendo em meio de uma gente
Que nunca falou de crente
Nem lhe ensinou o rosário?

Foi obrigado a matar
À margem da Lei viver
Forçado a negociar
Pra poder sobreviver
Escola ninguém lhe deu
Por pouco sobreviveu
No fim de mundo perdido
À margem da violência
De um povo sem paciência
Pelo governo esquecido

Um povo que sonha em ter
Uma casa pra morar
Mas só tem pra prometer
E nada a realizar
Sem escola e sem dinheiro
De fevereiro a janeiro
Esperança é o que tem
De um dia um governante
Botar a promessa adiante
E lembrar dele também

Como que Deus vai julgar?
Aquele pobre bandido
Que viu tudo se acabar
Pelo sistema esquecido
Teve que entrar na guerra
Pra proteger sua terra
Contra alguns policiais
Que em nome da justiça
Acusado de “preguiça”
Viu seu nome nos jornais?

Qual vai ser o veredito?
Da criança que morreu
Sem ler o que estava escrito
Na Lei que Deus escreveu
Seu herói e professor
Foi aquele intercessor
Que droga lhe oferecia
Sendo por ele aplaudido
Por ter ele protegido
Quando alguém lhe ofendia?

Como não se revoltar
Com quem só pisa e destrói?
Com quem ganha pra roubar
E dá uma de herói
Que promete consertar
Mas o que sabe é enganar
E ainda faz piada
Vivem em luxo profundo
São gente de outro mundo
Que devem não pagam nada?

Sei que nada justifica
O andar fora da Lei
É fácil pra quem critica
Isso aí eu também sei
Mas vai morar na favela
E viver a luz de vela
Por não pagar energia
Enquanto em quarto de hotel
Deputado faz bordel
Com luz clara feito o dia

Que regra será usada
Pra julgar o rapazinho?
Que com a mãe adoentada
Se viu distante e sozinho
Sem ninguém pra lhe ajudar
Sem irmão pra lhe apoiar
Via sua mãe morrer
Foi obrigado a entrar
No comercio pra roubar
Pra poder sobreviver

Amigo tenha cuidado
Ao julgar sem ver o fim
Veja o caso analisado
Pra poder dizer o sim
Pois talvez quem eu condeno
Posso estar sendo o veneno
Que levou ele ao juízo
Analisar o contrário
Pode ser o necessário
Pra não levar prejuízo

O que tenho oferecido
Pra resolver o problema?
Talvez esteja envolvido
No grandioso dilema
Que o deixou infeliz
E dou uma de juiz
Querendo dar veredito
Esquecendo que do lado
Eu posso ser o culpado
Pelo que tornei maldito

Quando o grande Criador
Na balança colocar
Que julgar o pecador
E tudo Ele analisar
Vai fazer tudo direito
Vai ter um júri perfeito
E terá valor eterno
Talvez Ele salvará
Aquele que eu quis julgar
E manda-lo pra o inferno

Em nenhum momento eu quis
Justificar algo errado
Não pretendo ser juiz
Nem tolerar o culpado
Quero apenas alertar
Que quando o homem julgar
Não dê logo o resultado
Pois Deus diferente ver
Ele pode absolver
Quem eu achei ser culpado.

Vou finalizar dizendo
Que você concorde ou não
Deus a todos está vendo
E oferecendo perdão
Temos um grande problema
E é o maior dilema
Você há de concordar
O homem olha o pecado
Vendo sempre o lado errado
Torcendo pra condenar

Deus nos olha diferente
É justo e eu acredito
Sempre olha o penitente
Antes de dar veredito
Mesmo aquele pecador
Que a Ele atraiçoou
Se arrepender e buscar
Vai conhecer a verdade
E Tem possibilidade
De um dia se salvar.

AUTOR: JOSÉ AMAURI CLEMENTE

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