AUTOR: JOSÉ AMAURI CLEMENTE
Todos os direitos reservados
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Uma
coisa eu acredito
Desde
cedo eu aprendi
Ouvindo
assim eu cresci
Que
Deus é justo juiz
Julga
o sábio e o aprendiz
Sem
distorcer a verdade
Mas
faltou ensinamento
Sobre
o grande julgamento
Sondando
a realidade
Resolvo
então perguntar
Em
versos escrevo e assino:
Como
que Deus vai julgar
Um
ladrão ou assassino?
Que
na favela nasceu
Na
violência cresceu
Só
com ensino contrário
Vivendo
em meio de uma gente
Que
nunca falou de crente
Nem
lhe ensinou o rosário?
Foi
obrigado a matar
À
margem da Lei viver
Forçado
a negociar
Pra
poder sobreviver
Escola
ninguém lhe deu
Por
pouco sobreviveu
No
fim de mundo perdido
À margem
da violência
De
um povo sem paciência
Pelo
governo esquecido
Um
povo que sonha em ter
Uma
casa pra morar
Mas
só tem pra prometer
E nada
a realizar
Sem
escola e sem dinheiro
De
fevereiro a janeiro
Esperança
é o que tem
De
um dia um governante
Botar
a promessa adiante
E lembrar
dele também
Como
que Deus vai julgar?
Aquele
pobre bandido
Que
viu tudo se acabar
Pelo
sistema esquecido
Teve
que entrar na guerra
Pra
proteger sua terra
Contra
alguns policiais
Que
em nome da justiça
Acusado
de “preguiça”
Viu
seu nome nos jornais?
Qual
vai ser o veredito?
Da
criança que morreu
Sem
ler o que estava escrito
Na
Lei que Deus escreveu
Seu
herói e professor
Foi
aquele intercessor
Que
droga lhe oferecia
Sendo
por ele aplaudido
Por
ter ele protegido
Quando
alguém lhe ofendia?
Como
não se revoltar
Com
quem só pisa e destrói?
Com
quem ganha pra roubar
E dá
uma de herói
Que
promete consertar
Mas
o que sabe é enganar
E ainda
faz piada
Vivem
em luxo profundo
São
gente de outro mundo
Que
devem não pagam nada?
Sei
que nada justifica
O andar
fora da Lei
É fácil
pra quem critica
Isso
aí eu também sei
Mas
vai morar na favela
E viver
a luz de vela
Por
não pagar energia
Enquanto
em quarto de hotel
Deputado
faz bordel
Com
luz clara feito o dia
Que
regra será usada
Pra
julgar o rapazinho?
Que
com a mãe adoentada
Se
viu distante e sozinho
Sem
ninguém pra lhe ajudar
Sem
irmão pra lhe apoiar
Via
sua mãe morrer
Foi
obrigado a entrar
No
comercio pra roubar
Pra
poder sobreviver
Amigo
tenha cuidado
Ao
julgar sem ver o fim
Veja
o caso analisado
Pra
poder dizer o sim
Pois
talvez quem eu condeno
Posso
estar sendo o veneno
Que
levou ele ao juízo
Analisar
o contrário
Pode
ser o necessário
Pra
não levar prejuízo
O que
tenho oferecido
Pra
resolver o problema?
Talvez
esteja envolvido
No
grandioso dilema
Que
o deixou infeliz
E dou
uma de juiz
Querendo
dar veredito
Esquecendo
que do lado
Eu
posso ser o culpado
Pelo
que tornei maldito
Quando
o grande Criador
Na
balança colocar
Que
julgar o pecador
E tudo
Ele analisar
Vai
fazer tudo direito
Vai
ter um júri perfeito
E terá
valor eterno
Talvez
Ele salvará
Aquele
que eu quis julgar
E
manda-lo pra o inferno
Em
nenhum momento eu quis
Justificar
algo errado
Não
pretendo ser juiz
Nem
tolerar o culpado
Quero
apenas alertar
Que
quando o homem julgar
Não
dê logo o resultado
Pois
Deus diferente ver
Ele
pode absolver
Quem
eu achei ser culpado.
Vou
finalizar dizendo
Que
você concorde ou não
Deus
a todos está vendo
E oferecendo
perdão
Temos
um grande problema
E é
o maior dilema
Você
há de concordar
O homem
olha o pecado
Vendo
sempre o lado errado
Torcendo
pra condenar
Deus
nos olha diferente
É justo
e eu acredito
Sempre
olha o penitente
Antes
de dar veredito
Mesmo
aquele pecador
Que
a Ele atraiçoou
Se
arrepender e buscar
Vai
conhecer a verdade
E Tem
possibilidade
De
um dia se salvar.
AUTOR: JOSÉ AMAURI CLEMENTE
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