25 de nov. de 2010

O RECRUTA INTELIGENTE


AUTOR: JOSE AMAURI CLEMENTE
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Um general não suportava o recruta inteligente, o soldado era daqueles que alem de responsável, não se deixava corromper por ninguém, sempre cumpridor dos seus deveres e com a resposta certa no tempo certo. Irado por não poder manipular o subordinado, o general o convidou para seu escritório:
- Tenho uma proposta a lhe fazer. Sei que é inteligente e sempre tem resposta pra tudo. Você foi indicado para ir a guerra no Iraque, posso mudar isso pra você, basta que me traga antes do por do sol tudo que está escrito nesta lista.
Após entregar o papel ao soldado, pede que ele retire-se da sala.
O humilde recruta abre o envelope e eis o que estava escrito:

Querido amigo.

Sei que és um rapaz muito inteligente, portanto acredito que não vai ser difícil trazer-me o que te peço. Apenas lembre-se, tens até o por do sol de hoje para isso.
Preciso ver um cachorro com um olho só, mas que enxergue com os dois,
Uma criança com a barriga nas costas e o dedo topando no céu, um ser humano heterossexual que não seja homem nem mulher, alguém que consiga ler sem nunca ter visto letras, que esteja vivo sem seu coração bater.

Sem pestanejar nem ficar nervoso o jovem foi para casa. Duas horas mais tarde estava de volta ao escritório do general. Trouxe o cachorro de estimação e o filho de seis anos.
- Tão cedo? – Perguntou o general.
- Sim, e trouxe tudo que o senhor pediu.
Meio sem jeito e sem acreditar no que ouviu o general lhe diz:
- Muito bem, onde estão?
Prontamente o soldado se abaixa e pede que o filho monte em suas costas.- Deite-se de barriga para baixo e ponha o dedo na boca.
Prontamente a criança atende ao pedido do pai.
- Mais o que significa isso?! – Perguntou o general.
- Ao deitar-se sobre mim de barriga para baixo, esta criança fica com a barriga nas costas, ao colocar o dedo na boca, toca com ele no céu.
- Tens razão disse o general, mas ainda está faltando alguns itens da lista.
O soldado pede que o filho leia uma pequena mensagem em Braille. Ao concluir a leitura diz para o general:
- Meu filho é cego. Eis aí alguém que consegue ler sem nunca ter visto uma letra.
Pasmado e sem respostas o general continua:
- Onde está o ser humano que nem é homem nem mulher.
- Meu filho nem é homem nem mulher, é uma criança.
- Tens razão mais uma vez. Agora faltam dois itens da lista: Alguém que esteja vivo sem seu coração bater.
- Meu filho fez um transplante, o coração que bate em seu peito é de uma criança que morreu em um acidente.
- Basta! Você venceu. Quero ver um cachorro com um olho só que enxerga dos dois.
- Feche um dos seus olhos e olhe para meu cão. Ele vai continuar te enxergando com os dois olhos.

Moral da história:
Para todos os obstáculos existe uma saída.

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