JOSÉ AMAURI CLEMENTE
OUTRUBRO 2016
Quando o tempo passa a cobrar com juros
Quando a conta dos atos aparece
Quando os anos intensos rompem os muros
E o calor da idade nos aquece
A justiça do tempo não esquece
Pois na folha do tempo tem notado
Mesmo quando não estamos lembrado
Ou aquilo que lembra é muito raro
Hoje a vida me cobra muito caro
As tolices e os atos do passado
Minha conta não foi mais prorrogada
Pois o tempo rompeu com o contrato
Já pedi pra que fosse ela apagada
Me negaram dizendo: isso é um fato
Hoje sofro dos outros o maltrato
Por viver quando jovem sempre errado
Mesmo quando estou sendo consolado
Me acusam, é só esse meu amparo
Hoje a vida me cobra muito caro
As tolices e os atos do passado
Se pedindo perdão ninguém me escuta
Pois o tempo nos mostra a cicatriz
Vivo hoje perdendo na disputa
Pro passado que me faz infeliz
Uma letra de amor ninguém me diz
Quando falam estou sendo magoado
O disparo do tempo está armado
Posso ver o gatilho e o disparo
Hoje o tempo me cobra muito caro
As tolices e os atos do passado
Na estrada que segue pro perdão
Os sinais e as placas retiraram
Nem a linha que mostra a direção
Meus melhores momentos não mostraram
Meus amigos de mim já se afastaram
Pois fugiram por serem maltrado
Vivo cego sem saber qual o lado
Minha sorte precisa de um reparo
Hoje o tempo me cobra muito caro
As tolices e os atos do passado
Se na luz dessa minha ignorância
O escuro da dor permaneceu
Pois os erros que fiz na minha infância
Tenho a dor sobre mim de quem sofreu
O culpado disso tudo sou eu
É por isso que já tô conformado
Pois sei que se voltasse ao passado
Viveria outra vez o despreparo
Hoje o tempo me cobra muito caro
As tolices e os atos do passado