25 de out. de 2010

TEMPOS ESQUECIDOS DE VIVER.

AUTOR: JOSE AMAURI CLEMENTE
DIREITOS RESERVADOS

Ao entrar na sala da maternidade meu coração estava a mil por hora, não sabia quem abraçar primeiro: a mulher que acabara de me dar um filho, ou a tão esperada prole. Como o recém nascido estava sendo amamentado, não foi difícil abraçar os dois ao mesmo tempo. Foi amor a primeira vista, aquela criança era mais linda do mundo. Ao pega-la nos braços pela primeira vez, mostrei está completamente despreparado para uma situação como aquela.

Prometi para mim mesmo que lhe daria toda atenção, deixando todos os compromissos possíveis para segundo plano.

Como foram maravilhosos os primeiros dias! Bastava um “choromingo”* no meio da noite para driblarmos o sono até que ele dormisse novamente após ser amamentado.

Antes de sair para o trabalho, olhava você dormindo, era impossível sair sem te dar um beijo.

Seus primeiros passos foram o espetáculo mais bonito que já vi, isso até ouvir pela primeira vez você dizer “papá”.

Não conseguia entender porque as pessoas diziam: Puxa vida como ele está grandão! Como cresceu esse menino!

Pensei que por toda vida seria seu herói. As poucas vezes que saímos juntos, ele parecia está sob a proteção do homem mais forte do mundo.

A adolescência chegou e aquela criança aprendeu coisas que não ensinamos: O pai Já não parecia ser tão forte, nem tão inteligente quanto antes, agora os coleguinhas de turma eram mais importantes e sempre tinham razão. As pressões foram aos poucos moldando seus pensamentos

Quando criança ele chorava para sair comigo. Na juventude isso ficou para segundo plano.

O trabalho e a correria da vida não me deixou perceber que meu filho cresceu. Hoje é o dia que ele saiu de casa pra começar uma nova vida em uma nova família. Sei que independente de dar-lhe ou não a atenção devida, ele iria crescer, mas, não pensei que seria tão rápido.

Hoje olhando algumas fotos pude voltar ao passado, percebi que os momentos mais felizes de sua vida e da minha, foram aqueles que menos dei importância: o sorriso agradecido pelo brinquedo novo que acabara de ganhar, as respostas às perguntas aparentemente tolas, os poucos finais de semana que segurado em sua mão saíamos juntos pela praça, o abraço apertado na hora de dormir, o piquenique poucas vezes feito com seus amiguinhos, o jogo de vídeo-game e outras coisas para mim sem importância.

Sinto saudades e às vezes choro às escondidas ao lembrar que o stress não me deixava responder suas perguntas deixando-as para depois... algumas respostas ele buscava em outras pessoas.

Há se o tempo voltasse e eu pudesse viver tudo outra vez! Com certeza iria aproveitar o tempo certo perto da pessoa certa: Meu filho.

*ameaça de choro de criança

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