12 de mai. de 2017

TIPOS DE MÃE



Autor: José Amauri Clemente

Quando Deus teve a ideia
De criar o ser humano
Não precisou de plateia
Isso já era seu plano.
A mulher ele criou,
De dons lhe abençoou
Lhe dando beleza e brilho,
Mas de toda essa beleza
A mais bela com certeza
É o dom de gerar filho.

Mãe é completa demais,
Perfeita até quando erra,
Mesmo os filhos desiguais
Seja na paz ou na guerra,
Ela sempre tem um jeito,
Aquele gesto perfeito
Pra tudo tem solução,
Quando pode vai na calma
Se não pode esquenta a alma
E acaba a discussão.

Já vi mãe de todo jeito,
Tem aquela bem nervosa,
Quando ver algo mal feito
Não espera e nem quer prosa,
Vai logo na chinelada
No carinho ou na pancada
Joga o que tiver na mão,
Aí depois que pergunta,
Se tiver errado ajunta
Os filhos no cinturão

Tem aquela “acoviteira”
Que em tudo passa a mão,
Se o filho faz besteira
Ela diz: Se importe não!
Com o tempo você cresce,
Isso aí desaparece,
Tudo vai se resolver,
Deixa tudo como vai
Nem conte isso a seu pai
Nem precisa ele saber!

Tem a mãe atiradora
Que não erra quando atira,
Joga chinelo e vassoura
E duvido errar a mira.
Joga o que tiver na mão
Chinelo, colher, pilão
E o que poder pegar,
Gritou ela está alerta
E o pior que acerta
No canto que ela mirar.

De mãe coruja tá cheio,
O filho é sempre o mais lindo,
Todo mundo acha feio
Ela só olha sorrindo.
Pra ela não há defeito
Sempre bonito e perfeito
Seja Kaique ou Raimundo,
Menino “fei” da desgraça,
Ela diz quando lhe abraça:
És o mais lindo do mundo!

Tem a mãe perfeccionista
Quer ver tudo bem certinho,
Pensa que o filho é artista
Só quer tudo direitinho.
Diz: Deixa aí que eu conserto,
Por mais que ele faça certo
Ela diz: Está errado!
Sai daí, deixa eu fazer,
Quando é que tu vai crescer
Menino desmantelado?

E tem a mãe ciumenta
Em tudo ela tem cuidado,
Toda desculpa ela inventa
Pra ter o filho de lado.
Com quem foi? Com quem chegou?
Com quem você conversou?
Já comeu ou quer comer?
Fale tudo, seja urgente!
Quem te deu esse presente?
Diga que eu quero saber!

Quase todas profetizam
E quando diz acontece.
Alertam, falam e avisam,
O filho não obedece.
Quando diz: Vai tropeçar
Mal acaba de falar
Acontece de repente,
Se disser: Tenha cuidado,
Você vai ficar gripado,
O filho fica doente.

E tem a mãe enfermeira
Que sabe passar remédio,
Faz chá de qualquer besteira
More na roça ou no prédio.
Faz chá de casca de pau,
Bota soro, faz mingau,
Faz chá de tudo no mundo
Pra ver o filho dormir,
Só assim volta a sorrir
Sentindo um prazer profundo.

Porém a mais sofredora
Talvez seja mãe vigia,
Seu dom de mãe protetora
Lhe deixa grande agonia.
Quando o filho sai de casa
Seu coração fica em brasa
Não dorme nem se for morta,
Seus olhos voltam a ter brilho,
Quando escuta a mão do filho
Torcendo o trinco da porta.

Se aqui fosse relatar
Muitas rimas advêm
O tempo não iria dar
Palavras são mais de cem.
É pena que muitos filhos
Não valorizam os brilhos
Que da nossa mãe deriva
Quem perdeu vive a chorar
Quando deveria amar
Enquanto ela estava viva

Rima com mãe não achei
Não tem rima pra rimar,
Muitas vezes procurei
Mas não deu pra encontrar.
Isso prova que esse som
É único, perfeito e bom
E não perde pra ninguém,
Pois até Deus, Pai da luz
Quando nos mandou Jesus
Precisou de mãe também.

Não importa sua cor
Seu lugar de nascimento,
O que importa é seu valor
Seu riso e seu sentimento.
Toda mulher é perfeita,
Pois quando é mãe se endireita
Corrige os defeitos seus,
Perfeita até quando erra,
Toda mãe aqui na terra
É um pedacinho de Deus.

12 de maio de 2017

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